terça-feira, 28 de julho de 2009

RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR MINERAÇÃO
Prof. Marcus Hubner
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Tecnologia em gestão Ambiental (GAM 3021) – Revegetação e Fitoremediação
03/03/2009

RESUMO

Neste estudo serão demonstrados alguns conceitos de área degradada, uma breve descrição da mineração no Brasil, e em que seguimentos a mineração impacta sobre o ambiente, também será abordada uma maneira de recuperar estas áreas com sucessão ecológica

Palavras-chave: Exploração; Recuperação; Planejamento.
1 INTRODUÇÃO
A exploração de terrenos quer seja para plantio, pastagens, campos ou utilização de matérias dele provenientes sempre deixa marcas no ambiente e remove a camada mais fértil da terra deixando assim, a área vulnerável as adversidades como o impacto direto das chuvas que antes eram reduzidos pela vegetação. No caso da mineração os danos não são somente superficiais, temos a poluição de lençóis freáticos e leitos de rios, pelos componentes químicos por utilizados na separação de matérias. E o resultado desta combinação é vastas áreas degradadas e impactos violentos ao meio ambiente.

2 DEFINIÇÃO DE ÁREA DEGRADADA

O conceito de área degradada vem sendo modificado ao longo dos tempos com a visão multidisciplinar que exige a questão ambiental, e desta forma podendo ser tanto uma área explorada que por sua vez perdeu suas características de solo, vegetação e até mesmo relevo, até para uma área de mata que sofreu cortes seletivos.
No entanto neste trabalho vou considerar como área degradada sempre aquela área que por ação antrópica ou natural perdeu sua capacidade de sustentação de uma vegetação merecendo por isso uma ação corretiva para que possa por si só sustentar uma vegetação que for plantada ou introduzida na área.

3 MINERAÇÃO NO BRASIL

A mineração no Brasil representa atualmente a base de um importante segmento da economia nacional. Apesar da produção de insumos participar com cerca de 4% do PIB, as indústrias de transformação participam com aproximadamente 30%, e somam quase 65% se forem contabilizados os valores de bens de capital e de consumo dos derivados dos minerais.
Mais de 100 tipos diferentes de minerais são usados diariamente, sob muitas formas. Rochas são usadas para agregados na pavimentação de estradas e para concreto. Rochas ornamentais são utilizadas em revestimentos e vários outros usos na construção civil, e minerais não metálicos são essenciais para fertilizantes, como o fosfato. O Estado de Goiás é o primeiro produtor nacional de níquel, e somente o município de Niquelândia abastece, com 58% da sua produção, o mercado interno brasileiro, como Minas Gerais e São Paulo, e 42% o mercado externo, como o Japão e Alemanha.
Os minerais são considerados matérias-primas não renováveis e, à primeira vista, a mineração pode ser considerada uma atividade não sustentável e que os recursos são exauríveis. Na verdade os recursos da terra são realmente finitos, mas há argumentações que mostram ser perfeitamente possível o desenvolvimento da mineração dentro de um conceito de sustentabilidade dos recursos minerais.

4 ÁREA DEGRADA POR MINERAÇÃO

Os impactos provocados pela exploração mineral são diversos, como a degradação de terras, que deixa algumas áreas de terreno revolvido e de minas abertas. Certas quantidades de resíduos são produzidas e a sua lixiviação, somada aos produtos químicos utilizados no refino, é uma fonte muito importante de poluição de lençóis freáticos, rios e lagos. As atividades de extração mineral são de grande importância para o desenvolvimento social, mas são responsáveis por impactos muitas vezes irreversíveis sobre o meio ambiente (Brandt, 1998).

A indústria da mineração atinge um grau preocupante, o que demonstra a necessidade de séria avaliação de suas relações ambientais. De maneira geral o conceito de mineração considerado desde a lavra até o tratamento do minério tem efeito principalmente:

1) Sobre o meio físico ou sobre a fisiografia da região. São efeitos visíveis, detectados a curto
prazo, denominados de agudos e afetam:

a) a paisagem (desaparecimento de morros; aterros de depressões; transformações, inclusive por assoreamento de drenagem);
b) o solo (remoção, decapagem e aterro);
c) a vegetação (desflorestamento).

2) sobre a qualidade do meio. Efeitos não-visíveis, detectados a longo prazo. Esses efeitos são
considerados crônicos e sentidos principalmente por:
a) modificação na qualidade da água (efeito na qualidade de recursos hídricos);
b) absorção ou assimilação (cutânea, respiratória ou digestiva) por animais: podem afetar organismos superiores (inclusive o homem);
c) modificações da qualidade do ar (emissão de particulados);
d) modificação do meio físico, inclusive trazendo efeitos a curto, médio e longo prazos sobre o clima local. No caso da Bahia, essa tendência é de favorecer a desertificação.

5 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR MINERAÇÃO

O processo de recuperação de áreas degradadas consiste muito mais em criar condições de sustentação de uma população vegetal na área do que o próprio plantio desta população, uma vez que a área não estando bem preparada e estável dificilmente terá sucesso um plantio, ou a manutenção do mesmo será intensiva.

Baseado nesta preocupação, o diagnóstico da área a ser trabalhada, a verificação das condições de solo, relevo, estabilidade, acesso, vegetação, ocupação antrópica e uso das áreas vizinhas, fontes de materiais etc.. consiste no primeiro passo de um processo de recuperação da área. Posteriormente a melhoria ou construção permita a fixação e manutenção da vegetação sem estar sensível a processos erosivos, por menor que sejam, bem como qualquer outro processo que inviabilize a função desta construção.
Estabilizada a área e constituído um meio capaz de dar a sustentação a vegetação, poderá ser feito o plantio que antes de tudo deverá haver compatibilidade entre as espécies a serem plantadas, com o manejo existente, procurando sempre fazer um conciliamento entre a pedogênese e a sucessão vegetal.

A sustentação de uma vegetação em uma área deve ser o objetivo primordial da recuperação de uma área, independentemente das características edafológicas desta vegetação, já que o princípio fundamental desta recuperação e a redução dos impactos gerados pela área, e uma vegetação cujas as características for a ocupação de uma área de adversidades para esta ocupação, será bem vinda e deverá ser estimulada sua produção, salvo se a mesma comprometer seriamente o Ecossistema local.

De acordo com VALCARCEL & SILVA (1997), a reabilitação de uma área degradada deve envolver um conjunto de fatores ambientais que propicie condições para que o processo de recuperação seja similar ao processo de sucessão secundária,tanto nos aspectos (construção de solo e ciclagem de nutrientes) como nos fitossociológicos (introdução de espécies).
6 CONCLUSÃO
A gestão integrada e participativa dos órgãos responsáveis pela área de mineração e a comunidade diretamente afetada pela sua presença são fatores fundamentais para a obtenção e manutenção de bons resultados. Programas de educação ambiental contribuem de forma relevante e devem abranger todos os indivíduos da região que atingida pelas mineradoras. Sabendo das dificuldades financeiras que se encontram a maioria dos municípios brasileiros, é necessário adoção de instrumentos econômicos para viabilizar a recuperação dessas áreas.
Somente os indivíduos realmente afetados pela exploração de áreas de mineração podem e devem reivindicar seus direitos, o meio ambiente pertence a todos e deve ser protegido. A exploração e necessária em vários seguimentos da economia porem, estes seguimentos podem usar de boas praticas ambientais para proteger os recursos naturais.
Praticas como a recuperação de áreas por sucessão ecológica, são demoradas porem apresentam grandes resultados quando aplicadas de forma correta e se mantido um cuidado constante pode-se minimizar os impactos em larga escala.

7 REFERÊNCIAS

BRANDT, W. Avaliação de cenários em planos de fechamento de minas. Recuperação de áreas degradadas. Viçosa: UFV/Departamento de Solos/Sociedade Brasileira de Recuperação de Áreas Degradadas,. p. (131-134). 1998
CONAMA: Colegiados Ambientais. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/conama>. Acesso em 27 de fev. 2009.
Mineração no Brasil: recuperação de áreas mineradas. Disponível em :< http://www.mundogeo.com.br/revistas-interna.php?id_noticia=10114> Acesso em 28 fev. 2009.
PLANETA ORGÂNICO. Sistemas Agroflorestais: sucessão ecológica. Disponível em: <http://planetaorganico.com/TrabRibaski.htm>. Acesso em 28 de fev. 2009.
VALCARCEL, R & SILVA, Z.S Eficiência conservacionista de medidas de recuperação de áreas degradadas: proposta metodológica. Revista Floresta e Ambiente. Instituto de Florestas/UFRRJ. Seropédica, Rio de Janeiro, p(68-80. 1997.